sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Causos-A Menina do Chapéu Branco.

Impressionante este relato enviado por Luciano Conde Raposo...
Eu pensei que era mentira de minha família. Quando eu era pequeno, minha mãe reclamava muito comigo por que eu brigava muito com uma amiga imaginária. Era a menina do chapéu branco. Eu brigava muito com ela, reclamava porque ficava brincando com meus brinquedos, andando no meu velocípede, puxava o meu carrinho de madeira e, principalmente, vivia deitada na minha cama. Minha mãe dizia também que eu reclamava que ela batia em mim, mas dizia que eu não ficava apanhado.
Então os anos se passaram. Aos dezesseis anos, eu estudava num colégio no bairro da Boa Vista. Num dia, fui lanchar em uma padaria perto, já que eu ia ter treino de Handball à tarde. Quando cheguei lá, deixei cair uma nota de 10 Reais no chão. Ao me abaixar, vi uma garota aparentemente da minha idade se dirigia para apanhar a nota também. Quando cruzamos os olhos, foi aquele impacto fulminante.
Foi como se a minha infância voltasse à tona. Eu a reconheci na hora e ela me reconheceu também. Era a menina do chapéu branco. Só que nesse dia estava com um boné branco escrito "smile", com aquele circulo amarelo estampado nele. Parei e perguntei de onde eu a conhecia. E ela disse que não sabia, mas que me conhecia também. Passamos a tarde conversando e ambos com medo de dizer de onde era. Então eu tomei coragem e disse:
- Você parece com a menina do chapéu branco. E brigava muito comigo quando eu era criança.
Imediatamente ela disse:
- E você parece com o menino do carrinho de madeira que vivia reclamando dos brinquedos que eu brincava.
Ficamos "estatalados" com as descrições perfeitas de nossos relatos. Gelamos da cabeça aos pés. Combinamos que nunca diríamos isso para ninguém. Principalmente porque ninguém iria acreditar. Combinamos também de nunca mais nos encontrar e esquecer do rosto de cada um para o resto da vida. Desde esse dia, nunca mais vi essa menina. Há exatamente dez anos encontrei a menina do chapéu branco padaria.
História real e verídica.

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