O sr. Sergio Marinho do Nascimento Silva nos conta uma história misteriosa que se passou em Itamaracá, no litoral norte de Pernambuco. Segundo ele, na década de 90, os alunos secundaristas de uma escola da ilha costumavam jogar bola depois da aula, ao cair da tarde. Era também costume desses adolescentes, após o futebol, "visitarem" os quintais de algumas casas que tinham fruteiras para se refrescarem com os cocos e mangas dos quintais.
Em uma dessas casas há uma mangueira muito grande, que produz a manga tipo Primavera, que só existe na ilha. A antiga proprietária da casa era uma senhora muito velha que tinha perdido os movimentos por conta de um derrame. Ela morava com uma empregada. Na época de manga, os meninos costumavam atirar pedras no alto da mangueira para derrubar as frutas, e, às vezes, as pedras iam cair no telhado da casa provocando muito prejuízo e aborrecimento para a velha e sua empregada. Após o falecimento da senhora, a casa foi vendida e seus novos proprietários resolveram demoli-la. Mas o pé de manga primavera foi preservado.
Em uma sexta-feira, os garotos da pelada jogaram até mais tarde; já era noite quando tiveram a idéia de ir tirar manga, e foram justamente ao pé de manga primavera. Todo mundo pulou o muro e foi até embaixo da árvore. Nesse momento, um dos rapazes se preparou para subir na mangueira e, de repente, começou a gritar:
"Ai, ai, pare de bater em mim...Alguém está batendo em mim, estão querendo me matar! "
Todo mundo saiu correndo, pensando o rapaz que gritou tinha sido atacado por marimbondos ou abelhas. Quando chegaram embaixo de um poste, notaram no corpo do rapaz várias marcas, que com alguns minutos tomaram forma de vergões provocados por algum tipo de correia ou chicote. O pobre garoto estava chorando, dizendo que alguém tinha dado uma surra nele, mas ninguém viu quem ou "o que" foi.
A notícia se espalhou por toda a cidade. Alguns falaram que foi “Comadre Florzinha”, outros diziam que era mentira, mesmo vendo as marcas nas costas e nas pernas do jovem. Ninguém até hoje sabe direito o que provocando tantos hematomas no corpo daquele garoto. Isso aconteceu há mais de dez anos, a mangueira ainda permanece no quintal da casa, e dessa casa hoje só existe a fachada o resto foi demolido, ninguém mais tentou desfrutar desse pé de manga à noite. Algumas pessoas afirmam que ele é assombrado pelo espírito de sua antiga proprietária, que tanto sofreu com as pedradas em seu telhado.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
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